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Não é exagero afirmar que o Bitcoin (BTC) é uma cria do sistema financeiro moderno. De fato, a primeira frase do white paper escrito por Satoshi Nakamoto traz uma crítica ao sistema financeiro. E o surgimento deste sistema moderno completará 50 anos no próximo dia 15 de agosto.
Foi em 15 de agosto de 1971 que o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, disse que o país não mais converteria o dólar em ouro. Como resultado, o sistema de Bretton Woods acabou e, com ele, o último resquício de dinheiro sólido. A partir daí, o mundo entrou na era das moedas fiduciárias.
Ao longo de meio século, o sistema fiduciário gerou desigualdades, colapsos financeiros e crises mundiais. Em contrapartida, também gerou seu principal nêmesis, que agora também começa a se infiltrar no coração dessa estrutura.
O padrão-ouro clássico.
Durante séculos, o mundo viveu sobre a vigência de uma única moeda: o ouro. Calma, as atuais moedas (dólar, libra, franco suíço), bem como as antigas (lira, marco alemão) também existiam. Porém, elas serviam apenas como medidas para determinadas frações de ouro. Assim, uma libra esterlina equivalia a 1/5 de grama de ouro, um dólar equivalia a 1/20 de grama de ouro e assim por diante.
Essa “medida” de dinheiro era fixa, ou seja, as moedas sempre tinham esse valor. Na prática, um inglês poderia viajar para os EUA e trocar uma libra por quatro dólares, por exemplo. Afinal, ambas as moedas eram apenas medidas de ouro. Seria como trocar um metro por 100 centímetros, por exemplo.
Esse sistema começou a ruir com as duas guerras mundiais, período no qual, para arcar com os altos custos dos conflitos, muitos países passaram a imprimir dinheiro descontroladamente. Dessa forma, suas moedas passaram a se desatrelar do ouro e perder valor. Tal processo ocorreu em locais como Alemanha e Áustria, que sofreram uma hiperinflação e crise econômica severas.
Finalmente, em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial, a influência geopolítica mundial sofreu uma reviravolta. A Europa, devastada e destruída pelo conflito, perdeu seu lugar como centro do mundo. Os EUA, vencedores e com seu território intacto, viraram a nova potência mundial. E antes mesmo do conflito acabar, trataram de impor sua ordem econômica.