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Linguagem Braile |
O sistema Braile é considerado o método oficial de leitura para pessoas com deficiência visual, mas, o que poucos sabem, é que ele foi criado por um garoto de 15 anos há quase 200 anos.
Louis Braille sofreu um
acidente enquanto brincava na oficina do pai e perdeu a visão. Aos 10, para não
perder a escola, ele adaptou um método de leitura noturna e desenvolveu a
primeira versão do Braile no início dos anos 1.800.
A história é incrível e
mostra como a determinação e a força por superação nos faz alcançar o que
parece impossível.
Acidente
e nova realidade.
Era 1812 e Louis estava
brincando na oficina do pai, que fabricava arreios para cavalos. Ele sempre
ficava pelo local, porque era apaixonado por ferramentas de marcenaria.
E em um desses dias que o
garotinho, então com 3 anos, pegou uma ferramenta pontiaguda para “brincar de
papai”.
Enquanto tentava fazer um
buraco no couro, a ferramenta escorregou das mãos dele e perfurou seu olho.
Após o acidente, Louis desenvolveu uma infecção que acabou passando para o
outro olho, que não foi atingido. E aos 5 anos, Louis Braille estava
completamente cego.
Dificuldades
nos estudos.
Mesmo sem enxergar, os pais
de Louis Braille não desistiram da educação do garoto.
Embora a escola local não oferecesse nenhum programa especial para pessoas com deficiência visual, o menino ia para a escola e se destacava como bom aluno.
Como a maior parte do ensino
era feita de forma oral, ele se saia bem, mas como não sabia ler e nem
escrever, não evoluía como precisava.
Após algumas lutas, os pais
de Louis conseguiram uma bolsa de estudos no Instituto Nacional para Jovens
Cegos (RIJC, na sigla em francês), em Paris. E foi lá que o garoto fez
história.
Sistema
de leitura noturna.
Na RUC, Louis tinha livros
adaptados, com as letras impressas em relevo, para que os alunos pudessem tocar
a aprender o formato de cada uma.
Só
que o sistema, muitas vezes, confundia os jovens cegos.
Em 1821, Charles Barbier,
capitão do exército francês, foi ao instituto compartilhar um sistema de
leitura tátil desenvolvido para que os soldados pudessem ler mensagens no campo
de batalha na escuridão, sem alertar o inimigo com lanternas.
O sistema trazido por
Charles Barbier era composto por pontos e linhas em relevo, mas por ser bem
rústico, não gerou interesse nos alunos.
Esse sistema, por exemplo,
não diferenciava letras maiúsculas ou pontuação, como as palavras eram escritas
como eram pronunciadas, e não na ortografia francesa padrão.
Louis então viu a
oportunidade de adaptar aquele código e facilitar a leitura dele e de outros
colegas de classe. Louis pegou todo o código e, por três anos, foi
aperfeiçoando o método. Nascia o Braile!
As
mudanças.
A primeira versão do código
Braile foi publicada em 1829.
Os traços e pontos foram delicadamente reduzidos, de forma que eram facilmente identificados ao passar do dedo.
Para criar os pontos em
relevo na folha de papel, ele usou uma sovela, a mesma ferramenta pontiaguda
que havia causado a cegueira.
E, para garantir que as
linhas ficassem retas e legíveis, usou uma grade plana.
Como Braille adorava música,
ele também inventou um sistema para escrever notas.
Um
sistema adaptável
Louis Braille levou anos
tentando fazer o novo código ser aceito em instituições. Tanto que ele faleceu
2 anos antes de isso acontecer.
Com o passar do tempo, o
sistema começou a ser usado em todo o mundo. Em 1882, já estava em uso na
Europa. Em 1916, chegou à América do Norte e depois ao resto do mundo.
O sistema braile mudou a
vida de muitas pessoas cegas ao redor em vários países.
A leitura é feita da
esquerda para a direita como outras escritas europeias, e não é uma língua: é
um sistema de escrita, o que significa que pode ser adaptado para diferentes
idiomas.
Além da leitura
convencional, o braile também foi adaptado para fórmulas matemáticas e
científicas.
*Esta matéria é baseada no
vídeo The incredible story of the boy who invented Braille (“A incrível
história do menino que inventou o Braille”). Assista neste link (em inglês).
Primeira versão do sistema
Braile, adaptado de um código de leitura noturna – Foto: reprodução
O código Braile não é um
idioma e pode ser adaptado para todas as nações - Foto: reprodução
O código Braile não é um
idioma e pode ser adaptado para todas as nações – Foto: reprodução