Empédocles (em grego
antigo: Ἐμπεδοκλῆς; Agrigento, 490 a.C. - 430 a.C.), foi um filósofo e pensador
pré-socrático grego e cidadão de Agrigento, na Sicília.[1] É conhecido por ser
o criador da teoria cosmogênica dos quatro elementos clássicos que influenciou
o pensamento ocidental de uma forma ou de outra, até quase meados do século
XVIII.
Ele também propôs
poderes chamados por ele de "Amor" e "Ódio" que atuariam
como forças que tanto podem formar elementos quanto separá-los. Essas
especulações físicas faziam parte de uma história do universo que também trata
da origem e do desenvolvimento da vida.
Vida.
O templo de Hera em Agrigento, construído
quando Empédocles era jovem, por volta de 470 a.C.
Empédocles nasceu em
490 a.C. em Agrigento (Ácragas) na Sicília, em uma renomada família.
Pouco se sabe sobre sua
vida. Seu pai Meto parece ter sido importante na derrubada do tirano de
Agrigento, presumidamente Trasideu, filho de Terone, em 470 a.C. Empédocles deu
seguimento à tradição democrática da sua família, ajudando a derrubar o governo
oligarca seguinte. Diz-se que ele foi magnânimo apoiando os pobres [6]; severo
na perseguição dos abusos da aristocracia e até declinou de governar a cidade quando lhe
foi oferecido.
Sua oratória brilhante,
seu conhecimento profundo da natureza e a reputação de seus poderes
sobrenaturais, incluindo a cura de doenças e previsão de epidemias produziram
vários mitos e histórias em torno de seu nome.
Ele era tido como
mágico e controlador de tempestades. Ele mesmo, em seu famoso poema
Purificações parece ter prometido poderes miraculosos, inclusive a destruição
do mal, a cura da velhice e controle sobre a chuva e o vento. Empédocles era
ligado por laços de amizade aos médicos de Acron e Pausânias, que eram seus
eromenos, a vários pitagóricos e até, há quem diga, a Parmênides e Anaxágoras.
O único discípulo de Empédocles mencionado é o sofista e retórico Górgias.
Timeu e Dicearco de
Messina falaram da viagem de Empédocles ao Peloponeso e da admiração que lhe
foi prestada lá. Outros mencionaram sua estadia em Atenas e na então recém
fundada colônia de Túrio, em 446 a.C. Existem também alguns interessantes
relatos de sua viagem ao extremo oriente às terras dos magos.
De acordo com Aristóteles,
ele morreu com 60 anos (c. 430 a.C.), embora outros escritores o tenham como
vivendo até aos cento e nove anos de idade. De forma semelhante, há alguns
mitos acerca da sua morte: uma tradição, que é atribuída a Heráclides do Ponto,
representa-o como tendo sido removido da terra; enquanto outras o têm perecendo
nas chamas do Monte Etna.
Trabalhos
Empédocles é
considerado o último filósofo grego a escrever em versos e os fragmentos que
restam de suas lições estão em dois poemas: Purificações e Sobre a Natureza.
Empédocles estava sem dúvida familiarizado com os poemas didáticos de Xenófanes
e Parménides - podem ser encontradas alusões a este último nos fragmentos, -
mas ele parece tê-los superado na animação e riqueza de seu estilo, e na
clareza das suas descrições e dicção. Aristóteles apelidou-o de pai da
retórica, e, embora apenas tenha reconhecido a métrica como ponto de comparação
entre os poemas de Empédocles e os épicos de Homero, ele descreveu Empédocles
como Homérico e poderoso na sua dicção. Lucrécio fala dele com entusiasmo, e
via-o evidentemente como o seu modelo. Os dois poemas juntos compreendem 5000
linhas.[26] Sobreviveram cerca de 550 linhas da sua poesia, embora porque os
escritores antigos raramente mencionavam que poema estavam a citar, não é
sempre certo a que poema as citações pertencem. Alguns estudiosos acreditam
hoje em dia que havia apenas um poema, e que as Purificações formavam meramente
o início de Sobre a Natureza.
Purificações
Conhecemos apenas
aproximadamente 100 versos da sua Purificações. Parecem terem sido uma visão
mítica do mundo, o que, não obstante, foi parte do sistema filosófico de
Empédocles, As primeiras linhas do poema foram preservadas por Diógenes
Laércio:
Era provavelmente este
trabalho que continha uma história sobre almas, onde nos é dito que existiram
em tempos espíritos que viviam num estado de êxtase, mas tendo cometido um
crime (de natureza desconhecida) eles foram punidos ao serem forçados a
tornarem-se seres mortais, reencarnados de corpo para corpo. Os Humanos, os
animais, e mesmo as plantas são esses espíritos. A conduta moral recomendada no
poema pode permitir tornar-nos deuses novamente.
Sobre a Natureza
Existem aproximadamente
450 versos do seu poema Sobre a Natureza, incluindo 70 que foram reescritos de
fragmentos de papiro, conhecidos como Papiro de Estrasburgo. O poema consistia
originalmente de 2000 versos hexâmetros e fora feito para Pausânias. Era esse
poema que mostrava seu sistema filosófico. Nele, Empédocles explica não apenas
a natureza e a história do universo, incluindo sua teoria dos Quatro elementos,
mas ele descreve suas teorias da causa, da percepção e do pensamento, assim
como também explicações do fenômeno terrestre e processos biológicos.
Filosofia
Embora familiarizado
com as teorias dos Eleatas e dos Pitagóricos, Empédocles não pertencia a
nenhuma escola definida. Sendo ecléctico no seu pensamento, ele combinou muito
do que tinha sido sugerido por Parménides, Pitágoras e pelas escolas jônicas.
Era um firme crente nos mistérios órficos, bem como um pensador científico e um
precursor da ciência física. Aristóteles menciona Empédocles entre os filósofos
jônicos, e coloca-o em relação próxima com os filósofos atomistas e com
Anaxágoras. Empédocles, tal como os filósofos jônicos e os atomistas, tentou
encontrar a base de toda a mudança. Tal como Heráclito, eles não consideraram
vir à existência e o movimento como a existência das coisas, e o repouso e a
tranquilidade como não-existência. Isto é porque eles tinham derivado dos
Eleatas a convicção de que uma existência não poderia passar para a
não-existência, e vice-versa. A fim de permitir que a mudança ocorra no mundo,
e contra a opinião dos eleatas, eles viram as mudanças como resultado da
mistura e separação de substâncias inalteráveis. Assim Empédocles disse que uma
vinda à existência de uma não-existência, bem como uma morte e aniquilação
completa, são impossíveis; o que chamamos de vir à existência e a morte é
apenas a mistura e separação do que estava misturado.
Os quatro elementos
Foi Empédocles que
estabeleceu os quatro elementos essenciais que fazem toda a estrutura do mundo
- fogo, ar, água e terra. Empédocles
chamou estes quatro elementos "raízes" que, de maneira típica, ele
também identificou com os nomes místicos de Zeus, Hera, Nestis e Aidoneu. [36]
Empédocles nunca usou o termo "elemento" (em grego: στοιχεῖον)
(stoicheion), que parece ter sido usado pela primeira vez por Platão. [37] De
acordo com as diferentes proporções em que esses quatro elementos
indestrutíveis e imutáveis são combinados uns com os outros é produzida a
diferença da estrutura. É na agregação e segregação de elementos que assim
resulta, que Empédocles, como os atomistas, encontrou o verdadeiro processo que
corresponde ao que é popularmente chamado de crescimento, aumento ou
diminuição. Nada de novo vem ou pode vir a ser, a única mudança que pode
ocorrer é uma mudança na justaposição de elemento com elemento. Essa teoria dos
quatro elementos tornou-se o padrão dogma nos dois mil anos seguintes.
Amor e revolta
Os quatro elementos
são, contudo, simples, eternos e imutáveis, e como a mudança é a consequência
da sua mistura e separação, foi também necessário supor a existência de poderes
em movimento - para trazer a mistura e a separação. Os quatro elementos são
colocados eternamente em união, e eternamente separados uns dos outros, por
dois poderes divinos, amor e ódio. O Amor (em grego: φιλία) explica a atracção
de diferentes formas de matéria, e o Ódio (em grego: νεῖκος) é responsável pela
sua separação. Se os elementos são o
conteúdo do universo, então o Amor e o Ódio explicam a sua variação e harmonia.
O Amor e o Ódio são forças atractivas e repulsivas que o olho comum pode em
funcionamento entre o povo, mas que realmente permeiam o universo. Eles imperam
alternadamente sobre as coisas, - sem contudo algum ser sempre muito ausente.
A esfera de Empédocles
Como estado original e
o melhor, houve um tempo em que os elementos puros e os dois poderes coexistiam
numa condição de repouso e imobilidade na forma de uma esfera. Os elementos
existiam juntos na sua pureza, sem misturas ou separações, e o poder de união
do Amor predominava na esfera: o poder separador da revolta guardava as bordas
mais extremas da esfera.[39] Desde essa altura, a revolta ganhou mais balanço e
a ligação que mantinha as substâncias elementares puras juntas na esfera foi
dissolvida. Os elementos transformaram-se no mundo de fenómenos que assistimos
hoje, cheio de contrastes e oposições, operado tanto pelo Amor como pela
Revolta. A esfera sendo a personificação da existência pura é a personificação
ou representação de deus. Empédocles assumia um universo cíclico onde os
elementos regressam e preparam a formação da esfera para o próximo período do
universo.
Nome completo Ἀναξαγόρας.
Escola/Tradição: Escola da Pluralidade. Data de nascimento: ca. 499 a.C. Local:
Clazómenas, Jónia. Data de falecimento: 428 a.C. (71 anos). Local: Lâmpsaco,
Mileto, Jónia. Principais interesses: Filosofia natural. Ideias notáveis A
mente cósmica (Nous) ordenando todas as coisas; a Via Láctea como concentração de estrelas
distantes. Influenciado por: Escola de Mileto. Influências: Arquelau de Atenas.
Fonte: wikipedia
Obrigado por compartilhe com seus amigos, imprima, copie o link, envie por e-mail.
VOLTAR AO INICIO